sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Um provável começo

Por Felipe Menezes

A confusão é geral. E tudo parece não ter fim. Apenas estratégias para se “arranjar” no cenário político. Durante este mês foi bastante perceptível à luta dos congressistas brasileiros para escolher o futuro líder do Poder Legislativo. “A balburdia é geral”, segundo Lucia Hippolito, cientista política e jornalista. E nada é decidido, apenas interesses sobre interesses para definir quem sucederá a cadeira mais cobiçada dentro do cenário nacional.

Nesta quinta-feira, 29, ficou “decretado” que o PSDB apóia o senador petista Tião Viana (AC). O líder do partido tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), confirmou em seu blog que a decisão está tomada: “Fizemos a opção que consideramos melhor e mais adequada para o Legislativo.” O petista vai contar com o apoio de uma votação em bloco do PSDB, de 13 votos, onde traz um possível equilíbrio a disputa.

O DEM, que contava com o apoio dos tucanos aos peemedebistas, ficou “surpreendido” com a decisão. Na verdade, os tucanos se rebelaram com o PMDB. O motivo da contrapartida foi por falta de negociação na distribuição de comissões. O partido, estrategicamente liderado por Renan Calheiros (AL), se negou a negociar com o PSBD na distribuição de comissões no Senado, e não aceitou ceder uma presidência de comissão aos tucanos. Em favor dos votos, o PT aceitou as propostas de o PSDB sustentar à candidatura de Tião a presidência da Casa. Entretanto, Arthur Virgílio (PSDB-AM) explicou que o acordo foi político e não passou por cargos. Ele salientou que o partido está com Tião porque acredita que “ele vai limpar o Senado.”

Confiante, José Sarney (PMDB-AP) se considera eleito. O peemedebista que anunciou inúmeras vezes que não se candidataria, disse, recentemente, para o petista desistir da candidatura à Presidência do Senado em nome da preservação das forças de apoio ao governo. O aliado, José Agripino (DEM-RN), soltou: “O senador Tião é integrante do PT, que já detém o Executivo. Ter a presidência da República e do Congresso é um pouco demais.”

Apesar das insinuações de Sarney, Tião demonstra otimismo, diz que manterá a candidatura até o fim e sobe mais alguns degraus de coragem e motivação. Além de o PSDB depositar suas fichas na eleição do senador petista.

Nesta segunda-feira, 2, no Congresso Nacional, pode sair candidato. Ou não. Até lá, pode acontecer tudo ou nada. Está rolando boatos de até um possível segundo turno. Os bloquinhos entre partidos existem para dar “sustentabilidade” aos candidatos que disputam o cargo. No entanto, de um dia para o outro, a ideia muda. Protegidos pelo voto secreto, ninguém sabe quem votou em quem, e se há fidelidade ou não.